
BRTs terão operação reforçada para ajudar candidatos do Enem – Marcos de Paula / Prefeitura do Rio
A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) já tem um plano de ação para reorganizar a distribuição das linhas do sistema BRT e diminuir a concentração de usuários nas estações, principalmente em horários de pico. O objetivo é trazer maior regularidade ao serviço e minimizar as aglomerações.
Um estudo sobre a frota de BRTs disponível e as condições dos veículos articulados revelou que, nos dias úteis de janeiro, houve queda contínua da quantidade de ônibus em circulação na cidade. A situação se agravou muito nos últimos 4 anos. Atualmente, a frota em operação corresponde a menos da metade da frota determinada.
A análise foi realizada com base em dados operacionais fornecidos pelo BRT e complementada com um esforço da SMTR para a retomada da análise dos dados de GPS de ônibus e BRTs da cidade, que permitem monitorar o posicionamento dos veículos por satélite, e o acompanhamento online da frota em circulação.
Fiscais da SMTR também fizeram vistorias em 136 estações de BRT e nas garagens dos ônibus articulados. Foram encontrados apenas 199 veículos, em vez dos 413 estipulados na frota determinada, conforme previsto em contrato. O consórcio BRT Rio alega que a frota disponível no fim de 2020 era de 306: oito foram queimados, 94 estão quebrados e falta capacidade financeira para a manutenção.
Diante dessa situação, a SMTR tem discutido com os consórcios e o Ministério Público novos caminhos para uma mudança do modelo de regulação. Em paralelo, a secretaria começou a desenvolver uma ferramenta de compartilhamento de informações sobre o BRT, com dados sobre cada corredor, com três escalas de prioridade: urgente (necessita de ação imediata); alta (ação extraordinária); e média (manutenção dos protocolos em vigor).
– Estamos cobrando do BRT Rio, que administra o modal, melhorias no serviço prestado à população e o cumprimento do contrato. Teremos novas reuniões com a empresa para buscar soluções – afirmou a secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio.
Além da nova ferramenta, a Prefeitura vai criar um comitê executivo de gestão integrada do BRT. O grupo será integrado por representantes das secretarias municipais de Transportes, Ordem Pública, Conservação, Assistência Social e Especial de Políticas e Promoção da Mulher. Também farão parte as subprefeituras, CET-Rio e Comlurb. O objetivo é aumentar a capacidade de intervenção e priorizar ações conjuntas. O comitê executivo fará reuniões mensais para monitorar a situação operacional do BRT.
Linhas de ônibus convencionais monitoradas
Por meio do monitoramento de dados de GPS dos ônibus convencionais que circulam pela cidade, a SMTR, em parceria com as subprefeituras, está fazendo um levantamento e já identificou que estão inoperantes 40 linhas consideradas de alta e média prioridade para a população. Os consórcios já foram notificados e deverão apresentar um cronograma de reativação dessas linhas. As de alta prioridade devem retornar até o dia 30 de março, e as de média até o dia 30 de abril.
O sistema permite o mapeamento e o monitoramento da frota em operação para verificar se o número de ônibus circulando é o que está determinado para cada linha, se houve redução e quais não estão em operação. As informações estão sendo cruzadas com as principais reclamações de cada área para a montagem de um plano de recuperação dessas linhas.
Ação integrada em 26 estações
Uma das principais demandas da população em relação à qualidade dos serviços nas estações do BRT e seu entorno teve início logo no primeiro dia útil de janeiro, quando a Prefeitura iniciou uma operação integrada nas 26 estações mais movimentadas, com a participação de diversos órgãos municipais para a recuperação do sistema, por meio de ações de zeladoria. A intervenção teve como objetivo criar uma nova dinâmica de uso do sistema, para promover maior sensação de segurança e mais dignidade para os usuários, além de reduzir o risco de transmissão da Covid-19.
– Esses 15 dias de operação nas estações de BRT mais movimentadas representaram um pontapé inicial de ações integradas contínuas. Durante este período, percorremos diversas estações, que foram incluídas no planejamento das medidas necessárias para combater as irregularidades e tornar a fiscalização e o monitoramento mais eficientes – explicou Maína Celidonio.
Foram realizadas ações de conscientização sobre a pandemia com distribuição de 113 mil máscaras em 13 estações e outras 150 mil serão doadas pela iniciativa privada nas próximas semanas. Houve acolhimento da população em situação de rua, combate ao comércio ambulante e ao calote nas estações, recolhimento de lixo, reforço na iluminação, poda de árvores, reparos da calha do BRT, calçadas e travessias, fiscalização do transporte alternativo irregular, entre outros serviços.
As intervenções tiveram a participação, além da Secretaria de Transportes, das secretarias de Ordem Pública, Saúde, Assistência Social, Conservação, Comlurb, CET-Rio, Rioluz e Subprefeituras, em conjunto com o BRT Rio, operador do sistema.
Reabertura de estações do BRT
A Prefeitura e o BRT Rio também já reabriram este ano oito estações do BRT que estavam fechadas por problemas de vandalismo ou segurança: Pinto Teles (Campinho), Bosque Marapendi-Módulo Expresso (Barra da Tijuca), Tanque (Jacarepaguá), General Olímpio (Santa Cruz), André Rocha e Aracy Cabral (ambas na Taquara), Nova Barra (Recreio dos Bandeirantes) e Praça do bandolim (Curicica). Todas foram entregues com nova pintura, iluminação interna com luminárias de LED e externa com refletores, bilheteria reformada, vidros instalados e nova programação visual.
Disponível em: <https://prefeitura.rio/noticias/secretaria-de-transportes-tem-plano-de-acao-para-reorganizar-o-sistema-brt/>.